O casamento do Antigo Testamento
tem o “placet” de Cristo
Já vi, pelos e-mails que chegam que a confusão reina sob o
estado de graça de quem é casado na igreja e quem não é ou já foi.
É bom voltarmos às origens no Antigo Testamento e verificar
se aquilo que os homens seguiam por tradição em relação ao casamento tem o aval,
isto é, a concordância de Cristo.
I - FUNDAMENTOS BÍBLICOS
1.1 – LEI CONSTITUCIONAL BÍBLICA
Em dez
mandamentos Moisés resumiu os principais deveres do homem para com o próximo e
para com Deus; em apenas três artigos a Tradição resume no livro do Gênesis a constituição do
casamento:
Art. 01
- “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja
adequada” (Gên. 2,18). Apresentando a mulher ao homem, Deus teve deste a
resposta: “Osso de meus ossos e a carne
de minha carne”. (Gen. 2,23).
Art. 02
- “O homem deixará seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher e formarem uma
só carne” (Gen. 2,24)....
Art.03-
“Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a...” (Gen. 1,28).
Esta lei
fundamental da constituição da FAMÍLIA é composta por três elementos
essenciais:
1 – UM HOMEM E UMA MULHER. O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou
dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada”... E apresentou a mulher ao homem.
(Gen. 2,18).
Deus amava tanto o homem que se preocupou até com a sua
solidão. Podemos, portanto, concluir que a finalidade do casamento é a formação
de uma comunidade primária formada por um homem e uma mulher, em que os dois se
ajudem e se completem NO AMOR de tal forma que não mais se sintam sós ou
abandonados.
2 – FUSÃO ENTRE OS DOIS. Não é um contrato meramente para evitar a solidão e, muito
menos, para resolver problemas sexuais. A fusão só se dá com amor, para sempre,
sob pena de, na separação, um carregar para sempre pedaços do outro.
O homem ao receber a mulher como um presente de Deus,
disse: “Eis aqui o osso de meus ossos e a carne de minha carne...”. (Gen.
2,23). São dois seres, o homem e a
mulher, que se fundem num só: a célula familiar. Quando dois elementos se
fundem, formam uma unidade indissolúvel. Portanto, podemos dizer que o
casamento é um novo estado de vida formado pela fusão de dois elementos: a vida
solitária do homem mais a vida solitária da mulher, dá o estado solidário em
que a felicidade mútua é a tônica predominante. O casamento é para ambos serem
felizes para sempre... e não para compartilhar sofrimentos.
Portanto, são propriedades essenciais desta fusão: a
unidade e a indissolubilidade. Sem estes dois elementos a fusão não se opera,
pois não passa de uma simples união, estável ou enquanto durar qualquer
bobagem.
Surge, então, a lei fundamental referente ao casamento: “Por isso o homem (e a mulher) deixa seu
pai e sua mãe para se unir à sua mulher (ao seu marido) para formarem uma só
carne” (Gen. 2,24).
O amor conjugal deve ser maior que o amor ao pai ou à mãe
para poder fundir-se na célula familiar.
3–
FINALIDADE: COABITAR NA ALEGRIA E PRODUZIR FRUTOS. O
casamento tem finalidades que o definem e distinguem de contratos, instituições,
estados de vida. É a união entre um homem e uma mulher com a mais nobre e
sublime finalidade, entre todas as missões recebidas do Criador do Universo:
colaborar com a criação para que o ser humano não se extinga da face da terra.
Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança e
os abençoou: “Frutificai e
multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a...” (Gen. 1,28).
Quem pede a Deus a bênção dos filhos deve estar preparado
para recebê-los, à semelhança do Criador que primeiro criou o paraíso para aí
colocar o homem e a mulher. O
planejamento familiar é próprio de quem foi criado à semelhança de Deus:
raciocina antes de fazer.
1.2 - O “PLACET” = CONCORDÂNCIA DE CRISTO
Cristo não
veio mudar as leis do Antigo Testamento que considera inspiradas por seu Pai, o
criador do mundo, mas aperfeiçoá-las, torná-las compreensíveis. Em relação ao
casamento, Jesus realçou em seus ensinamentos dois elementos básicos e essenciais
que identificam os casamentos que são aprovados e abençoados por Deus:
- A unidade do casamento: quando Deus abençoa, abençoa
para sempre.
- A indissolubilidade do casamento: não pode
ficar ao sabor da maré.
Jesus
saiu dali e foi para a região da Judéia e da Transjordânia. Pelo caminho a
multidão voltou a segui-lo e, como era seu costume, de novo se pôs a
ensiná-los: “no princípio da criação Deus os fez homem e mulher, por isso o
homem deixará pai e mãe para unir-se à sua mulher, e os dois serão uma só carne
. Assim, já não são dois, mas uma só carne.
Não separe, pois, o homem o que Deus uniu” (Marcos. 10,6). “Eu, porém,
vos digo: Quem se divorciar de sua mulher, salvo em caso de ‘porneia’, e se
casar com outra, comete adultério” (Mateus. 19,4).
O
divórcio não recebeu o placet” de Cristo:
-
“Também foi dito: Aquele que rejeitar a sua mulher, dê-lhe carta de repúdio
(divórcio). Eu, porém, vos digo: Aquele que repudiar sua mulher expõe-na ao
adultério e quem casar com a repudiada comete adultério também.”
Cristo
trouxe a igualdade de direitos para homens e mulheres. As mulheres adúlteras eram
apedrejadas... mas não consta que nenhum homem adúltero também fosse
apedrejado.
SÍNTESE
Não poderemos falar de matrimônio sem nos
reportarmos às passagens bíblicas que formam o direito matrimonial
constitucional:
1 – Deus
criou o homem e a mulher e os abençoou: “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a
terra e submetei-a...”.(Gen. 1,28).
2 – O
Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que
lhe seja adequada”... E apresentou a mulher ao homem. (Gen. 2,18).
3 – O
homem ao receber aquela mulher, como um presente de Deus, disse: “Eis aqui o
osso de meus ossos e a carne de minha carne...”. (Gen. 2,23)
4 – Surge
então a lei constitucional referente ao casamento: “Por isso o homem (e a
mulher) deixa seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher (ao seu marido) para
formarem uma só carne”. (Gen. 2,24).
5 – “Não
lestes que no princípio o Criador os fez homem e mulher e disse: Por
isso o homem deixará o pai e a mãe para unir-se à sua mulher, e os dois serão
uma só carne? (Mt. 19,5). “Mas no
princípio da criação Deus os fez homem e mulher. Por isso o homem
deixará pai e mãe para unir-se à sua mulher, e os dois serão uma só carne”
. Assim, já não são dois, mas uma só carne.
Não separe, pois, o homem o que Deus uniu”. (Mc. 10,7s).
Quando o homem
encontra, através do namoro consciente, a carne de sua carne e o osso de seus
ossos, não há, além da morte, tempestade que os separe. São como a casa
construída sobre a rocha.
NOTA FINAL:
Ninguém quer
errar na escolha, mas muita gente erra; ninguém quer partir a perna, mas muita
gente parte. Por isso Cristo falou ninguém se separe a não ser em caso de “porneia”.
Logo as exceções à lei geral existem: são casos de casamentos inválidos que
devem ser declarados nulos pela autoridade competente.
O divórcio não
recebeu o “placet” de Cristo porque era unilateral: só o homem podia dar a
carta de divórcio e, pior, a seu bel prazer, sem direito a defesa. A injustiça era
gritante.
Se você tem
consciência de que Deus não abençoou o seu casamento, até porque não tem filhos
dessa união, e não tem como ter acesso a um tribunal eclesiástico, por
dinheiro, por afazeres ou por distância, sinta-se em paz se vive na fidelidade,
na educação cristã dos filhos até que a morte os separe. Um bom orientador
espiritual pode ajudar muito nestes casos. Um orientador despreparado pode ser
a desgraça da sua família.
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